terça-feira, 14 de junho de 2011

Zona norte concentra casos de crime em SP, diz comandante Hamilton


Os mais de 25 anos de experiência com aviação tornaram Hamilton Alves da Rocha o mais famoso repórter aéreo do Brasil. Em seu trabalho, o comandante Hamilton, como ficou conhecido, voa pelo céu da cidade de São Paulo buscando flagrantes e as primeiras imagens de notícias importantes. Com essa experiência, Hamilton é "direto" ao afirmar que a zona norte atualmente é a região que concentra os casos de crime da capital paulista.

- Antigamente, era zona sul [que tinha mais notícias de crime]. Ali´, perto de Parelheiros, Jardim Ângela. A gente percebe que a polícia faz trabalhos no local e os pontos de crime vão migrando. Depois, os casos foram para a zona leste. Hoje, por exemplo, é na zona norte.

O comandante foi pioneiro em colocar o helicóptero na televisão brasileira. De acordo com ele, no início de sua carreira, a aeronave era mais usada no cinema e em comerciais.

- Chegou uma época em que comecei a usar o helicóptero no jornalismo. Como a gente chegava mais rápido no local, você via que a notícia mudava. Eu já fiz perseguição, já peguei ladrão desmanchando carros.

Natureza

Mas, do alto de São Paulo, o comandante Hamilton diz que não observa apenas crimes. Ele conta que também assiste à destruição do meio ambiente na cidade.

- Eu assisti de cima muitos casos de destruição do meio ambiente. É muito bonito ver de cima o verde. Casa sem árvore dá impressão que fica uma ferida na pele da terra. Então, eu gosto de áreas arborizadas.

Para ele, uma das regiões mais bonitas de São Paulo é a Chácara Flora, bairro nobre da zona sul da capital paulista. O lugar é conhecido por possuir uma vasta área verde. O comandante afirma que é um local onde a arquitetura e o meio ambiente conversam.

No extremo oposto à área verde, o comandante conta que fica triste com as ocupações irregulares que ocorreram pela cidade.

- O que sempre me deixa triste é a represa Billings. Fizeram uma ocupação das áreas de mananciais. Na região tem muita favela, muito esgoto, uma coisa muito triste de ver. Ele cita ainda a represa da Guarapiranga, que é utilizada para abastecimento de água potável. Segundo ele, do alto, é possível ver áreas da represa com muita sujeira. Além da contaminação, Hamilton diz que já presenciou o desaparecimento de áreas verdes.

- Em Osasco, tinha até cachoeira na zona norte da cidade. Sumiram com a cachoeira, invadiram a mata. E, com isso, arrancam toda a proteção da região, tiram todo o verde e fica só no barro [sic]. Com a chuva, a região fica muito perigosa, por causa de deslizamentos.

Presente da mamãe faz calote do consumidor crescer 8,2% em maio

elevação dos juros dos empréstimos, a restrição do crédito para pessoas físicas e o gasto com o presente do Dia das Mães acima da capacidade de pagamento fizeram os calotes do consumidor aumentar em 8,2% em maio em relação a abril, segundo pesquisa da Serasa Experian divulgada nesta terça-feira (14). A inadimplência com os bancos representa a maioria dos calotes.

Você fez dívida por causa do presente do Dia das Mães? Vote!

O indicador da Serasa reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional e leva em conta as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos e dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica, água, telefonia) em todo o país.

Os economistas da entidade destacam que o principal foco das dívidas do brasileiro está relacionado à compra de bens duráveis (móveis e automóveis, por exemplo), que têm maior valor agregado, longos prazos de parcelamento e formas mais caras de crédito – geralmente o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial.

Além das dívidas com os bancos, também contribuíram para o aumento da inadimplência em maio os serviços não bancários (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), os cheques sem fundos, que tiveram alta de 11,5% sobre abril, e os títulos protestados.

Quando se compara maio de 2011 com o mesmo mês do ano passado, o aumento da inadimplência foi ainda maior e atingiu 21,7%.

Valor médio das dívidas

Nos primeiros cinco meses do ano, o valor médio dos títulos protestados cresceu 10,2% e o de cheques sem fundo aumentou 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Serasa. O valor médio da dívida com os "cheques frios" ficou em R$ 1.302,49.

Por outro lado, nesse mesmo período, o valor médio dos calotes com os bancos recuou 3,8% e atingiu a marca de R$ 1.292,01. Já as dívidas não bancárias - como cartões de crédito e lojas em geral - diminuíram de R$ 392,49 para R$ 314,74 entre os primeiros cinco meses de 2010 e o mesmo período de 2011.

domingo, 12 de junho de 2011

Brasil precisa de nova arma para acabar com o trabalho infantil até 2016, diz OIT


O Brasil é hoje um dos países-modelo na luta contra o trabalho infantil e pretende, até 2016, acabar com as atividades que mais colocam em risco a vida de crianças e adolescentes. Entretanto, essa meta pode não ser cumprida, caso os municípios deixem de priorizar políticas de proteção à infância, como avaliou Renato Mendes, coordenador do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no país.

O alerta vem em boa hora, já que o Brasil acaba de lançar uma campanha sobre o tema, que marca o Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil, lembrado neste domingo (12). Além de tirar todas as crianças e adolescentes das atividades mais perigosas até 2016, o governo tem ainda a meta de acabar com todas as formas de trabalho infantil até 2020.

De acordo com os dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), até 2009, cerca de 4 milhões de brasileiros com até 17 anos ainda precisavam trabalhar.

- Não há falta de recursos, mas se os Estados e os municípios não aderirem, não desenvolverem linhas e programas estratégicos de proteção à infância, muito provavelmente o Brasil não conseguirá cumprir seus compromissos internacionais [de erradicação do trabalho infantil]. É necessário avançar no âmbito municipal e no âmbito estadual.

O “puxão de orelha” tem como alvo a falta de políticas para localizar e resgatar crianças que trabalham em lixões e em serviços domésticos – um dos maiores motivos de preocupação da entidade hoje. Na avaliação de Mendes, esse enfrentamento depende ainda de uma “nova metodologia” do governo federal.

Isso porque um dos carros-chefes para resgatar crianças e adolescentes é a fiscalização de inspetores das secretarias regionais do trabalho. Entretanto, observa Mendes, o perfil dos trabalhadores mirins mudou ao longo dos anos, o que limita o poder de ação desses agentes, que não podem entrar nas casas para verificar se há crianças em serviços domésticos, por exemplo.

- O Brasil, nos últimos 20 anos, tem apostado na inspeção do trabalho, e isso tem sido eficiente, mas nesse momento o trabalho infantil está mudando de características e precisa de uma resposta mais completa, uma nova metodologia de identificação ativa. O Estado não pode esperar a denúncia, é seu dever ir de forma pró-ativa atrás dessas crianças.

Até o início de junho, foram afastadas do trabalho 3.716 crianças e adolescentes no Brasil – mais da metade do total de resgates feitos no ano passado (5.620). De acordo com Luiz Henrique Ramos Lopes, diretor de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, a meta do governo é resgatar anualmente cerca de 10 mil crianças dessa situação. Para ele, o país tem, sim, condições de atingir a meta estabelecida.

A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social), destacou que o recém-lançado programa Brasil sem Miséria tem como um dos focos principais justamente tirar do trabalho – e mandar para as escolas – mais de 6,5 milhões de crianças e adolescentes. O número corresponde a 40% dos 16 milhões de brasileiros que o país pretende tirar da extrema pobreza até 2014.

- No Brasil sem Miséria, nós ampliamos a distribuição do Bolsa Família para mais 1,3 milhão de crianças. Como o benefício é condicionado à frequência escolar, isso já é um fator que ajuda a protegê-las dessa condição de trabalhos de risco, já que essas crianças têm de estar na escola.

Como já era de se imaginar, o maior índice de crianças em situação de trabalho infantil se concentra nos Estados do Norte e Nordeste – os mais pobres do Brasil.

O que fazer?

Governo e OIT são unânimes em ressaltar que, embora as políticas governamentais sejam importantes para tirar as crianças das ruas, a população também precisa fazer o seu papel. Uma das formas de ajudar a acabar com o trabalho infantil é denunciar diretamente nos conselhos tutelares das cidades ou por meio do Disque 100 – sistema de denúncias gratuito que funciona diariamente das 8h às 22h.

Além disso, diz Mendes, é preciso acabar com o “mito” de que o trabalho é uma alternativa para a população que vive em extrema pobreza.

- As pessoas tendem a achar que o trabalho infantil é uma alternativa para as crianças pobres. As posições que frequentemente escutamos, inclusive de algumas autoridades, é que é melhor para a criança estar trabalhando que estar na rua, como se a criança tivesse apenas duas opções: ou o crime, ou o trabalho. E não são essas as opções que damos aos nossos filhos. Então, nós precisamos ‘desnaturalizar’ a ideia de que trabalho infantil é uma alternativa para a criança pobre. Não é.

Aeroportos mantêm atraso em 20% dos voos


Cerca de 20% dos voos programados para decolar dos aeroportos do país até as 9h deste domingo (12) registravam atrasos superiores a meia hora. Segundo site da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), dos 443 voos programados para decolar até o horário em todo o Brasil, 92 (20,8%) tinham atrasado e 53 (12%) haviam sido cancelados.

O maior número de atrasos era registrado no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Até as 9h, dos 61 voos programados para decolar de Cumbica, 12 (19,7%) tinha registrado atrasos e 18 (29,5%) tinham sido cancelados.

Já no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), que chegou a ficar fechado nesta semana devido à nuvem de fumaça do vulcão chileno Puyehue, a situação era tranquila.

Dos 19 voos programados para decolar do local, apenas dois (12,5%) tinham atrasado mais de meia hora e nenhum tinha sido cancelado.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Gleisi Hoffmann assume Casa Civil nesta quarta-feira


Gleisi Hoffmann (PT-PR) vai assumir a Casa Civil em cerimônia marcada para as 16h desta quarta-feira (8). Ao contrário de seu antecessor, Antonio Palocci, a nova ministra vai contar com boa parte dos colegas de trabalho na cerimônia. Até mesmo a presidente Dilma Rousseff fez questão de colocar o compromisso em sua agenda pessoal.

Antes da posse, no entanto, Gleisi fará um pronunciamento na liderança do PT no Senado Federal, às 14h30. Segundo assessores, a nova ministra quer apresentar aos senadores o trabalho que passará a desempenhar na Casa Civil. Ontem, após seu nome ser anunciado para substituir Palocci, ela já havia destacado que Dilma lhe pedira para exercer um perfil mais de gestora do governo.

Mulher do ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, Gleisi foi eleita senadora no ano passado com 29% dos votos paranaenses, mais do que os 24% conseguidos pelo ex-governador do Estado, Roberto Requião (PMDB). Na Casa, ganhou o apelido de musa por sua elegância.

Aos 45 anos e formada em Direito, o primeiro emprego de Gleisi Hoffmann no setor público foi em 1988, como assessora do então vereador do PMDB Jorge Samek, na Câmara Municipal de Curitiba. O mesmo Samek, que viria a ser presidente de Itaipu, foi quem a levou para o PT no ano seguinte.

O interesse pela área de orçamento público fez com que Gleisi se especializasse em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira, tendo passado pela Esaf (Escola Superior de Administração Fazendária) e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em 1993, desembarcou em Brasília para trabalhar na Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, onde acabou se tornando a principal assessora do marido. A experiência a credenciou para ocupar o cargo de secretária de Reestruturação Administrativa do Mato Grosso do Sul, na gestão de Zeca do PT, e de secretária de Gestão Pública da Prefeitura de Londrina, com Nedson Micheletti.

Gleisi voltou a Brasília em 2002, desta vez como membro da equipe de transição de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não ganhou um cargo na capital, mas foi nomeada diretora financeira da Itaipu Binacional, onde ficou até 2006.

Agora, Gleisi tem um desafio maior. A nova ministra assume um posto que teve quatro ocupantes em apenas dois anos, sendo que, além de Palocci, também a ex-ministra Erenice Guerra teve de deixar o cargo sob a suspeita de envolvimento em escândalos de corrupção.

Ivete Sangalo cantará na abertura da Copa América


A baiana Ivete Sangalo vai cantar o tema oficial da Copa América de futebol que começa no dia 1º de julho, na Argentina. Segundo o jornal Agora São Paulo, Ivete gravou a música Creo em America com o argentino Diego Torres, autor da letra.

"Farei o meu melhor como atriz", diz Ivete Sangalo
"Quero me casar no religioso", diz Ivete Sangalo

Os dois se apresentarão na festa de abertura da competição, antes da partida entre Argentina e Bolívia, na cidade de La Plata. O grupo de rap colombiano Choc Quib Town participará ao lado dos cantores.

Ivete e Torres já cantaram juntos na gravação do DVD da cantora no Madson Square Garden, em Nova York.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Inflação e corte de crédito diminuem consumo das famílias brasileiras

O consumo das famílias brasileiras está crescendo, mas não no ritmo vigoroso observado ao longo de 2010. A alta nos gastos das famílias cresceu apenas 0,6% entre os meses de janeiro a março, na comparação com o 2,3% dos meses de outubro a dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (03) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar de ter recuado, este é o 30º crescimento consecutivo, resultado obtido graças ao aumento da renda dos brasileiros, que fez com que a população adquirisse mais bens e movimentasse a economia. Os gastos das famílias brasileiras representam 60,6% do PIB do país (Produto Interno Bruto), que corresponde à geração de toda a riqueza produzida no Brasil.

Além disso, a gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, aponta também tem a influencia a maior quantidade de crédito disponível, embora o Banco Central tenha implantado medidas para conter a expansão de empréstimos.

- Houve desaceleração no consumo das famílias brasileiras, influenciado pelas medidas do governo de aumento das exigências de crédito. Também teve o efeito da desaceleração da massa salarial, que também afetou a demanda [procura].

O crescimento do salário dos brasileiros – descontada a inflação – foi de 5.9% no 1º trimestre de 2011, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Embora ainda se reflita de forma tímida, a economista explica que a inflação e a alta dos juros explicam parte dessa procura menor, mas os efeitos só serão sentidos de fato no 2º trimestre de 2011. Para efeito de comparação, a taxa de juros entre os meses de janeiro a março ficou em 11,2% a.a, acima dos 8,6% de janeiro a março de 2010.

Por sua vez, a inflação corrói indiretamente a renda do trabalhador, por que vai diminuir o poder de compra do brasileiro e consequentemente, afetar o consumo.

Vale apontar também que as despesas de consumo da administração pública cresceram 0,8% no primeiro trimestre de 2011, quando comparado a janeiro e março do ano passado.

Quase R$ 1 trilhão em três meses

O PIB cresceu em 12 meses 6,2%. Já na comparação com o 4º trimestre do ano passado, o avanço foi de 1,3% no primeiro com o impulso dado pelo desempenho do setor agrícola (alta de 3,3%) - seguido de indústria (com 2,2%) e serviços (com 1,1%). O resultado veio em linha com o que esperavam os especialistas.