sábado, 14 de maio de 2011

Mineira, Dilma ganha título de “cidadã paulistana”


Nascida em Minas Gerais, mas com um “pezinho” no Rio Grande do Sul, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) agora se tornará também paulistana, pelo menos no papel. Isso porque, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto de decreto legislativo concedendo o título à presidenciável.


Para valer, só falta o texto ser publicado no Diário Oficial e o vereador Donato, do PT, agendar uma dia para a cerimônia de entrega do título. Isso porque, o petista é o autor da homenagem que, provavelmente, deve ser incorporada em breve à campanha no Estado.

Vereador propõe dar título de cidadão paulistano a Lula

O vereador Alfredo Alves Cavalcante (PT), o Alfredinho, deu entrada nesta sexta-feira (13) na Câmara Municipal de São Paulo com um projeto de decreto legislativo concedendo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o título de cidadão paulistano. O autor justifica a entrega da honraria com a atuação do ex-presidente nos seus oito anos de mandato.

- Ele não só fez por São Paulo como fez pelo Brasil.

O petista citou iniciativas como o Programa Bolsa Família e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como justificativa para homenagear o ex-presidente.

- A juventude paulistana foi a que mais ocupou as universidades através do ProUni (Programa Universidade para Todos).

O vereador disse que, quando foi líder sindical em São Bernardo do Campo, Lula, nascido em Pernambuco, também apoiou os metalúrgicos de São Paulo.

- Ele era uma figura presente aqui, inclusive nas lutas salariais.


O petista não acredita que o projeto encontre dificuldade para ser aprovado.

- Na Câmara, não se costuma rejeitar título de cidadão.

O petista lembrou que em 2010 foi aprovada sem dificuldade proposta que concedeu a honraria à presidente Dilma Rousseff. Na época, ela era candidata do PT à sucessão presidencial. A homenagem foi dada à petista, nascida em Belo Horizonte, por "serviços prestados" em favor da capital paulista na época em que foi ministra da Casa Civil.

Especialistas apoiam programa contra a miséria, mas apontam falhas em critério de seleção

Neste mês, o governo tomou uma decisão importante ao anunciar quem são os brasileiros que mais precisam de atenção. O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) informou que o novo plano federal contra a miséria, que ainda está em gestação, vai atender quem vive com até R$ 70 por mês. A linha de corte é controversa entre especialistas ouvidos pelo R7, mas eles apoiam a decisão da presidente Dilma Rousseff de colocar a questão como prioridade e estabelecer metas reais para reduzir o problema.

Existem várias formas de calcular uma linha de pobreza e todas são arbitrárias, explicou o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Sergei Soares, em palestra no MDS, no último dia 5: uma que considera apenas a renda e outras que incluem, por exemplo, acesso à água e taxa de analfabetismo.

Segundo ele, no final das contas, o governo não escolhe nenhuma, mas usa considerações de vários pesquisadores para decidir por conta própria um número – no último caso, R$ 70 para considerar a pobreza extrema.

O valor leva em conta o mínimo do mínimo para sobreviver. Em uma cidade como São Paulo, com cerca de R$ 2,30 por dia, não é possível comprar uma passagem de ida no metrô muito menos pagar um prato feito. Dá apenas para comer um sanduíche ou frutas e legumes, como bananas e cenoura.

Para Célia Lessa Kerstenetzky, coordenadora do Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento da UFF (Universidade Federal Fluminense), o corte do governo é insatisfatório e deve haver uma discussão pública para esclarecer por que ele foi escolhido.

- Estudos sobre pobreza trabalham com linhas de corte fixadas em termos do salário mínimo - meio salário mínimo per capita [por pessoa], como corte para a pobreza; um quarto de salário mínimo per capita, como corte para a pobreza extrema. O valor de R$ 70 está bem abaixo do equivalente a um quarto do salário, que seria, nesse momento, cerca de R$ 130.

A economista lembra que, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o mínimo necessário para cobrir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas seria R$ 2.255, pouco mais de R$ 500 reais por pessoa. Metade do valor (R$ 250) daria conta das despesas com alimentação. Portanto, “R$70 representa pouco mais da metade do valor de referência dos estudos sobre pobreza (inclusive do valor de referência para efeito de cadastro no CadÚnico do MDS) e menos de um terço do valor estimado pelo Dieese”.

No entanto, Célia diz que é positivo que uma presidente coloque como meta a erradicação da miséria dentro de um período determinado (até 2014).

- Como país, sempre convivemos com metas econômicas. [...] Contudo, coisas como aumento da formalização do emprego, redução do desemprego, eliminação da miséria, que são objetivos gerais dos governos, raramente se converteram em metas assumidas publicamente, que pudessem ser não apenas perseguidas racionalmente pelo governo como monitoradas pela sociedade.

A pesquisadora diz que sempre se incomodou com o discurso de alívio à pobreza, incorporado em nossos programas sociais, como um objetivo insatisfatório: para quem vive em privação duradoura, qualquer recurso extra representa um alívio.

- Acho que a presidente acertou em cheio: a miséria não é compatível com a civilização.


Vicente Saleiros, professor da pós-graduação em políticas sociais da UnB (Universidade de Brasília), diz que o corte da pobreza é uma questão que se discute mundialmente e que as pessoas precisam de um mínimo de dinheiro para alimentação. No entanto, não é possível pensar apenas em transferência de renda sem oferecer às pessoas pobres serviços como educação, saúde, transporte, moradia, saneamento, asfalto, água, luz.

- Com R$ 70 na zona rural, sem o mínimo de condições, ninguém sai da pobreza. É preciso ao mesmo tempo implantar políticas públicas no território mais excluído.

Rodrigo Coelho, pesquisador do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirma que o problema da pobreza é muito mais complicado que a questão da renda – e que o governo sabe disso.

- Mas, para uma política pública ser pensada e dar certo, ela precisa ser aceita pela sociedade. Ela precisa entender essa política. A definição do critério de renda poderia ser contestada sob alguns aspectos, mas todo mundo consegue entender que alguém que vive com menos de R$ 70 por mês precisa realmente de um apoio diferenciado para sair dessa situação.

Um plano com metas pode ser acompanhado e avaliado continuamente. Segundo o professor, isso é uma vantagem, porque permite, por exemplo, saber em que regiões houve mais avanços ou recuos. E, com esses dados, é possível ajustar e melhorar a política.

Citando o senador Cristovam Buarque, Rodrigo Coelho diz que o Brasil sempre conseguiu fazer o que quis, inclusive coisas dificílimas, como abrir uma estrada no meio da floresta Amazônica, criar uma nova capital e crescer 50 anos em cinco, mas nunca houve uma prioridade de acabar com a pobreza.

- Havendo o esforço, é possível.

Colaborou Gabriel Mestieri, do R7, em Brasília

Britânica decapitada por sem-teto em Tenerife é identificada

A mulher britânica decapitada na sexta-feira (13) por um sem-teto de origem búlgara num supermercado em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), foi identificada neste sábado (14) como a aposentada Jennifer Mills-Westley, de 62 anos, que vivia na cidade.

O búlgaro Deyan Valentinov, de 28 anos, foi preso após sair do supermercado com a cabeça de Mills-Westley após esfaqueá-la e degolá-la sem motivo aparente no mercado localizado dentro de um shopping center.

Uma autoridade local afirma que, aparentemente, a vítima foi escolhida aleatoriamente pelo assassino.

Ele não teria dito nenhuma palavra durante o ataque.

"Profeta de Deus"

Segundo a mídia espanhola, o homem acusado pelo crime já teria antecedentes criminais e já havia sido denunciado à polícia pelos donos do supermercado por perturbar clientes.

Segundo testemunhas, ele se dizia "profeta de Deus". O político local Manuel Reverón falou sobre o ocorrido.


- Esse homem, sem qualquer motivo ou razão aparente, entrou no mercado, cortou o pescoço da mulher e levou a cabeça dela com as mãos para fora [do local].

Uma testemunha disse a uma rádio local que, ao chegar no shopping center, viu "um homem correndo com algo sangrento em suas mãos, e um segurança correndo atrás dele".

- [O homem] jogou [a cabeça] no chão, quase me atingiu, e [vi] que ele estava carregando a cabeça de uma mulher.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Em sua 1ª entrevista após ser eleita, Dilma afirma que vai “cuidar do povo brasileiro”




Em sua primeira entrevista após ser eleita presidente, Dilma Rousseff (PT) afirmou que “vai cuidar do povo brasileiro”. Em entrevista às jornalistas Ana Paula Padrão e Adriana Araújo, Dilma concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Record na noite desta segunda-feira (1º), um dia após ser eleita com 56,05% dos votos válidos.

- [Ser presidente] é uma oportunidade para cuidar do povo brasileiro.

A TV Record sai na frente e é a primeira emissora a entrevistar a presidente eleita do Brasil. Dilma se dispôs a falar primeiro com a Record, em um hotel de Brasília.

A petista afirmou que, após ser escolhida para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “chorou para os dois lados”.

- Eu chorei, a gente chora às vezes para dentro e um pouco para fora. Eu chorei para os dois lados.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dilma reafirma compromisso com liberdade religiosa

Começou a circular nesta sexta-feira (15) uma carta intitulada “Mensagem da Dilma” na qual a candidata do PT à Presidência manifesta mais uma vez sua posição sobre temas polêmicos como aborto e liberdade religiosa.

No documento, Dilma diz que se dirige mais uma vez aos eleitores para “pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados" por "seus adversários eleitorais”.

A petista reafirma na carta que defende as liberdades religiosas e a convivência entre diferentes religiões, que é pessoalmente contra o aborto e defende a manutenção da legislação sobre o assunto e “outros temas recorrentes à família”.

Dilma diz ainda no texto que “se Deus quiser", e se o povo brasileiro lhe der "a oportunidade de presidir o país", vai manter os programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

A candidata diz esperar que a carta sirva para “deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada”.

Confira a íntegra da carta:

“Mensagem da Dilma

Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais. Para não permitir que prevaleça a mentira como arma em busca de votos, em nome da verdade quero reafirmar:

1. Defendo a convivência entre as diferentes religiões e a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal;

2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto;

3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.

4. O PNDH3 é uma ampla carta de intenções, que incorporou itens do programa anterior. Está sendo revisto e, se eleita, não pretendo promover nenhuma iniciativa que afronte a família;

5. Com relação ao PLC 122, caso aprovado no Senado, onde tramita atualmente, será sancionado em meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil;

6. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o País, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana.

Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela prosperidade e pela convivência entre todas as pessoas.

Dilma Rousseff”

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

No Rio, Dilma defende reforma tributária e redução da dívida pública

Candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, em carreata no Rio de Janeiro, na quarta-feira (06)Candidata do PT à Presidência da República, Dilma
Rousseff, em carreata no Rio nesta quarta(06)
(Foto: Sergio Moraes / Reuters)

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira, durante carreata no na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, a redução da dívida pública e uma reforma tributária como forma de combater problemas de câmbio.

Dilma disse que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa tem como principal função evitar o investimento especulativo no país.

"Eu considero que o ajuste fiscal não tenha uma relação direta com o câmbio", disse Dilma. "Acho que o IOF sempre foi uma das medidas também para inibir a especulação mais do que qualquer coisa”, afirmou.

O ministro da Fazenda Mantega anunciou nesta segunda-feira (4) a alevação do IOF de 2% para 4% para os investimentos estrangeiros em renda fixa.

Dilma defendeu que a medida fosse aliada a uma reforma tributária e à redução do endividamento público para que os produtos nacionais seja mais competitivos diante das mudanças no câmbio brasileiro.

"Agora o que nós vamos ter que fazer é aumentar a competitividade da indústria brasileira, tanto através de uma reforma tributária quanto através do processo de melhoria do endividamento público. [...] Isso vai permitir que a gente reduza os juros e com isso a relação com o câmbio também vai melhorar, mas é necessário esse processo de redução [da dívida]".

Baixada Fluminense
A candidata deu entrevista no início da carreata promovida em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde cumpre agenda nesta quarta-feira.

A agenda de Dilma na Baixada Fluminense incluía ainda a cidade de São João de Meriti. Ela disse que escolheu a região para reiniciar sua campanha por ser uma área carente e que depende de ações do governo nas áreas de saúde e segurança.

Dilma afirmou que em seu eventual governo continuará a investir nestas áreas. Na carreata na Baixada Fluminense, participaram os senadores eleitos Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT), além de deputados do Rio de Janeiro.