domingo, 15 de maio de 2011

Explosões representam quase 60% dos ataques a caixas eletrônicos em São Paulo


O uso de explosivos para atacar caixas eletrônicos já se tornou a maior arma usada pelos bandidos para roubar dinheiro desse tipo de equipamento em São Paulo. Com base nos registros divulgados pela polícia, revela que a primeira quinzena de maio concentrou a maior quantidade de atentados com uso de “bombas” na capital paulista e na região metropolitana.

Durante o ano, foram 57 ataques a caixas eletrônicos com objetivo de furtar cédulas, sendo que em 33 casos houve explosão. O número representa 57% do total de registros no Estado de São Paulo. A partir de abril, o número cresceu consideravelmente. Neste mês de maio, foram contabilizadas 12 explosões, de um total de 17 ataques a caixas até a sexta-feira (13), o que representa quase 70% do total. Os roubos mais frequentes ocorreram em São Paulo, Guarulhos, Mauá, Itaquaquecetuba, Santo André e Carapicuíba, em caixas dentro de postos de combustíveis e supermercados, onde há máquinas que funcionam 24 horas. Mas, os bandidos também atacaram estabelecimentos como padarias, farmácias e até açougues.

No dia 5 de maio, a Polícia Militar registrou quatro ocorrências do tipo só durante a madrugada. Na zona leste da capital, os criminosos arrombaram a porta de uma farmácia e explodiram um caixa eletrônico. Em Mauá, moradores contaram à PM que ouviram um forte estrondo no interior de um posto de gasolina. Armados, bandidos renderam os funcionários do estabelecimento, trancaram todos no banheiro e depois explodiram um caixa. Em Guarulhos, outros dois caixas eletrônicos foram estourados.

Crescimento do crime

Vanderlei Reis, gerente de tecnologia da TecBan, empresa que trabalha com segurança bancária, conta que explosões a caixas eletrônicos são um tipo de crime recente no país e que vem crescendo a cada dia.

- Vai fazer um ano [em junho] que o Brasil começou a sofrer esse tipo de ataque, é novo. Essa modalidade já ocorre há alguns anos em outros países, como Bélgica, França e Suíça. Para combater [nestes países], eles desenvolveram dispositivos inteligentes que inutilizam as cédulas e o crime foi a zero.

Tomando como exemplo a estratégia internacional, há um ano começou a ser instalado no país um dispositivo que solta uma tinta avermelhada e mancha as notas na hora do ataque aos caixas. O aparelho está instalado, hoje, em aproximadamente 12 mil caixas no Brasil e em pelo menos 5.000 em SP, de acordo com Reis.

- É um dispositivo inteligente que, no momento do ataque, aciona uma quantidade de tinta nas cédulas. Elas ficam manchadas e inutilizadas, e a tinta pode ser rastreada.

Ainda segundo Reis, como a nota “entintada” não tem valor, a pessoa que pegá-la precisa procurar uma delegacia de polícia ou um banco para entregá-la. A nota, então, passa por perícia.

- No processo de entrega, o cliente tem que se identificar e preencher dados. Como ela pode ser rastreada, caso seja identificado que a cédula é originada de um ataque, a pessoa que a levou vai ter que dar explicações da origem.

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