A Justiça do Irã adiou neste sábado (14) a execução da sentença contra um jovem condenado a ser cegado, informaram fontes judiciais. De acordo com a acusação, o estudante lançou ácido contra o rosto de uma companheira de faculdade, cegando-a e deixando seu rosto desfigurado.
De acordo com a família do condenado, Majid Movahedi, de 29 anos, a decisão foi tomada diante da enorme expectativa gerada em torno do caso e em volta do hospital onde seria executado o castigo, no qual desde a primeira hora da manhã deste sábado se amontoavam vários jornalistas.
A vítima de Movahedi, Amareh Bahrami, de 28 anos, também foi ao centro médico aguardar a aplicação da sentença, fixada no início de 2009. O agressor, por sua vez, não chegou a deixar sua cela para se encaminhar ao hospital.
Amareh foi atacada com ácido sulfúrico após rejeitar o pedido de casamento feito por Movahedi. Segundo a imprensa, dois dias antes do caso ela denunciara à polícia que vinha sendo acossada pelo agressor.
Em aplicação da antiga lei das "Ghesas" (ou lei do talião), que contempla a jurisprudência islâmica iraniana, Movahedi deve receber agora dez gotas da mesma substância em cada olho.
Amareh viajou há alguns meses à Espanha para tentar salvar a visão de um dos olhos, mas os médicos que a atenderam em Barcelona não puderam salvar a vista da jovem, que diz não buscar vingança, mas justiça.
- Não é uma questão de vingança. Quero que [o agressor] saiba o que estou sofrendo. Mas também quero que sirva de exemplo para que outras meninas não sofram o mesmo martírio.
O culpado reconheceu ter cometido o crime "por amor" e disse que sua intenção era fazer o outro pretendente da jovem desistir do casamento.- Quando pedi sua mão, ela me disse que iria se casar com outra pessoa, e então pensei em jogar ácido em sua cara para que seu namorado a deixasse.
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